quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Caminhada no Rio de Janeiro pede liberdade religiosa e Estado Laico

Por: Vinícius Lisboa, Repórter da Agência Brasil Milhares de pessoas se reuniram ontem (8) na Praia de Copacabana para a 6ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, promovida pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio. “A caminhada é importante porque mostra o conjunto de todas as religiões. A gente tem que defender o Estado Democrático de Direito, e levar em conta que, além de religiosos, somos todos cidadãos. A democracia no Brasil tem que se consolidar e compreender que a religião não tem que se impor ao Estado laico. Ela pode sugerir, mas respeitar o espaço de todos. Essa é uma riqueza da sociedade brasileira em que temos que insistir”, disse o babalaô Ivanir Santos, presidente da comissão. Ivanir destacou que a caminhada cresceu em número de religiões representadas, e comemorou a adesão maior dos evangélicos ao movimento. Apesar disso, ele lamentou a ausência de líderes protestantes. “O desafio é avançar e convencer os segmentos evangélicos de que temos que estar todos juntos”. A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, participou da caminhada e pediu aos líderes religiosos que apoiem o Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa. “São atores políticos importantes os que estão aqui e devem nos ajudar a tornar realidade esse plano, uma realidade que se faz não somente em função de nossas iniciativas [do governo federal], mas pelas possibilidades de envolver os governos estaduais e prefeituras, porque, sem elas, o plano não se realiza”. Representando a Igreja Católica, religião com o maior número de fiéis no Brasil, o padre Fábio Luiz de Souza defendeu o conhecimento de todas as crenças. “Para acabar com a intolerância, é preciso principalmente se conhecer mutuamente e derrubar quaisquer barreiras e preconceitos”. O representante budista, Marcos Eduardo Purificação Correia disse que a religião só faz sentido se houver tolerância. “A importância dessa caminhada é demonstrar respeito acima de qualquer diferença. Se não conseguirmos superar essas diferenças, não há porquê termos religiões mais. Cada um tem que expor o que tem de melhor”, disse, que defende o ensino religioso nas escolas, como uma forma de mostrar todas as formas de fé. Sacerdote e presidente da União Wicca do Brasil, Og Sperle, destacou que mesmo nos debates pela liberdade religiosa é preciso dar espaço a grupos menos numerosos, como o seu. “O problema é que as minorias não são vistas pelas religiões majoritárias. Não somos convidados a participar dessa construção da liberdade. Existe uma dúzia de religiões que se juntam para ditar as regras”. Edição: Carolina Pimentel Fonte: Combate Racismo Ambiental

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